Suiços repatriados

O Ministério de Relações Exteriores traz milhares de suíços de volta para casa. Graças à diplomacia, as viagens ainda são possíveis.

De volta para casa, pra segurança do lar. Por conta da pandemia do vírus Corona, milhares de suíços estão voltando para casa. Eles não vão muito longe nas suas férias planejadas. Os países fecharam suas fronteiras, impuseram proibições de saída e fecharam aeroportos. Mesmo assim, o Departamento Federal de Relações Exteriores (EDA) rastreia seus cidadãos em todas as partes do mundo e envia voos da Swiss Air e da Edelweiss para a África, América do Sul, Ásia e Austrália para busca-los.

A maior repatriação da história da Suíça está em andamento e é um desafio para todos: para os passageiros, a tripulação, as companhias aéreas e a própria EDA. Depois de cinco voos e cerca de 1 400 suíços repatriados, as primeiras experiências foram feitas. Mas ainda existem pessoas ilhadas em alguns lugares, como em Bogotá.

Os banheiros das aeronaves foram adequados com desinfetantes. Antes das viagens, muitas pessoas lavam as mãos pela primeira vez em dias. A companhia aérea Edelweiss aumentou a capacidade de armazenamento a bordo e instruiu seus pilotos a decolarem sempre com tanques de água cheios.

As máscaras faciais são rapidamente solicitadas a bordo, assim que os passageiros sobem. Mas não há máscaras, nem mesmo para a tripulação. “Do ponto de vista médico, você não precisa deles”, diz Daniel Landert, diretor de operações e chefe da unidade de crise da companhia aérea Edelweiss. A rotatividade de ar num avião é comparável à de uma sala de operações “graças à ventilação vertical, ao constante fornecimento de ar fresco e ao chamado filtro Hepa, que retém poeira, bactérias e vírus”, diz Landert.

A distância de dois metros, o distanciamento social, entre passageiros ainda não foi prescrita na aviação internacional. Todos os assentos podem ser ocupado. “A principal prioridade é levar o maior número possível de pessoas de volta para casa”, disse a porta-voz da Swiss Air, Karin Müller. O EDA oferece aos governos de outros países europeus lugares gratuitos. Isso significa que não há lugares vazios durante os voos, como o Diretor Consular da EDA Johannes Matyassi afirmou.

Licença especial para voar

Um Boeing 777 suíço decola na noite de sexta-feira saindo de Zurique rumo a Santiago do Chile, para mais uma missão de repatriamento. O tempo de vôo de mais de 13 horas é o menor problema no planejamento. O mais importante é que a tripulação suíça possa descansar em um hotel antes do voo de volta. Para isso, ela precisa entrar em um país que, como muitos outros países, fechou suas fronteiras para estrangeiros. O Departamento de Relações Exteriores de Berna obtém a permissão especial necessária através dos canais diplomáticos. Para a tripulação, isso significa que eles recebem permissão para entrar no país, caso contrário eles teriam que dormir no avião.

Para a tripulação suíça, a viagem não termina no centro da capital chilena, mas em um hotel perto do aeroporto a poucos metros de distância, confirma a porta-voz suíça Karin Müller. Assim as equipes acabam hotéis, utilizando serviço de quarto sem poder sair. No dia seguinte, passam pelo controle de segurança do aeroporto e voam de volta para a Suíça.

Não faz sentido enviar uma segunda tripulação para Santiago como passageiros, que substituirão a primeira tripulação e repatriarão imediatamente os suíços presos no Chile. Se os pilotos e o pessoal de cabine voam como passageiros, isso já é considerado horário de trabalho. A equipe também teria que descansar em Santiago, de acordo com lei trabalhista suíça.

Compartilhe!