Isolamento vertical: Como as crianças são afetadas

Abusos dentro de casa, negligência e isolamento: a pandemia que vivemos é difícil também para as famílias. Há um aumento significativo nos registros de violência domestica e inúmeros pedidos de ajuda através do serviço de atendimento que lida com violência contra crianças e adolescentes.

O número de denúncias por parte dos professores aumentou drasticamente desde o lockdown. “Na crise provocada pelo Coronavírus, os mestres são quase os únicos que conseguem ver quando as famílias e principalmente as crianças não estão indo bem”, diz Marlies Haller, diretora da Fundação de combate a Violência contra Mulheres e Crianças que fica em Berna.

Ninguém sabe quantas crianças estão atualmente sofrendo violência psicológica e física, abuso ou negligência dentro de suas próprias casas. Uma coisa é clara: o isolamento é um fardo para as famílias. “Homeoffice, educação escolar em casa. Tudo isso num espaço confinado, cria tensões”, diz Haller. A situação é crítica para muitas crianças e piora a cada dia com o isolamento.

Os números do Instituto Pro Juventute mostram como a vida familiar cotidiana é tensa. A fundação administra uma oferta de auxílio por meio do portal 147.ch. Nessa plataforma, crianças e adolescentes podem buscar um especialista em situações de emergência. Desde o início da crise, as consultas via chat, e-mail ou mensagem de texto do serviço de aconselhamento, aumentaram 32%. O aconselhamento aos pais por telefone também aumentou em 25%.

A Fundação Kinderschutz Suíça, solicitou que Conselho Federal reabrisse os jardins de infância e escolas o mais rápido possível. O instituto espera que as turmas do ensino fundamental possam retornar as atividades no dia 11 de maio.

De fato, várias famílias estão em situação de intenso stress. É o que Peter Sumpf, da Elternnotruf em Zurique, uma espécie de Hotline para pais e mães que fornece aconselhamento e acompanhamento psicológico a famílias com problemas em casa. “O alívio habitual não esta mais disponível, os avós não podem mais cuidar das crianças”, diz Sumpf. As pessoas afetadas são aconselhadas a ligar para o número de emergência: “Conversem entre si, mas evite discussões verbais e emocionais deixando seu quarto ou apartamento por um curto período de tempo”.

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