Helvética: Uma tipografia tipicamente Suíça.

A Helvetica é uma fonte criada no ano de 1957 pelos suíços Max Miedinger e Eduard Hoffmann na Haas’sche Schriftgiesserei em Münchenstein, sendo esta estimada como uma das fontes mais populares do mundo — senão “A”! —, e destacando-se por seu estilo sans-serif, que é considerado um marco para o modernismo do design gráfico.

Para aqueles que não estão familiarizados com termos tipográficos, faz-se necessário esclarecer que uma fonte sans-serif [em tradução literal, sem serifa] trata-se de uma fonte que não possui adornos ou extensões em suas extremidades. Tais fontes têm como propósito principal conferir sobriedade e clareza das informações a serem passadas ao leitor, sem adornos exagerados, mas com muita elegância.

Originalmente a rainha das sans-serif levava o nome de “Neue Haas Grotesk” e fora desenvolvida por encomenda para a exclusiva utilização em catálogos de produtos, mas no ano de 1961 a fundição alemã D. Stempel AG comprou os direitos da fonte e alterou o seu nome para Helvetica.

A palavra Helvetica significa “da Suíça”, contudo, antes da escolha por este novo nome em específico para este caractere tipográfico, fora cogitado também o uso de “Helvetia” [Helvécia], cujo o significado remete à região central da Europa onde na atualidade está situada a Suíça e também à feminilidade — motivo pelo qual é bastante comum a representação de uma mulher, com tranças, guirlanda, escudo e lança, em selos postais e moedas da Suíça.

Entretanto a fundição chegou à conclusão que utilizar-se do nome de uma nação seria muito presunçoso, e portanto Helvetica prevaleceu como escolha final.

Muito se debate sobre o case de sucesso da Helvetica em uma tentativa — mais que natural — de tentar entender a popularidade desta.

A título de exemplo, o tipografo Adrian Frutiger, natural de Berna, assegurou que a Helvetica é como o Jeans, referindo-se à “simplicidade que funciona“.

Outro ponto comumente alçado para tentar compreender o caso da Helvetica — e que também leva em consideração a simplicidade da fonte — é o fato de que mesmo em movimento a sua leitura é agradável — o que teria contribuído para que a fonte caísse nas graças não só dos designers gráficos do mundo todo, mas em especial dos anunciantes.

A verdade é que arriscar-se a determinar um único fator para o sucesso da Helvetica acabará sempre em um reducionismo parco, pois é fato inegável que a Helvetica é uma fonte multifacetada e atende a diversos propósitos, em diversas frentes, e por isso o seu uso e aplicabilidade são tão amplos.

O estilo suíço da Helvetica é um inegável fênomeno no mundo todo, a fonte é considerada a mais rentável comercialmente nos anos 60 e 70, e, para além disto fora também adotada pelo MacOS como uma de suas fontes embarcadas, sendo a famosa fonte Arial da Microsoft uma tentativa de cópia da querida Helvetica.

Some-se a isto o fato de que a sua simplicidade fora apreciada e empenhada em logos de empresas como a própria Microsoft, 3M, BASF, TARGET, GM, Nestlé, Lufthansa, American AirLines, Panasonic, Post-It, Panasonic, Oral B, Toyota, dentre outras e este fenômeno fica mais evidente ainda.

No ano de 1982 a fonte recebera uma atualização chamada Helvetica Neue, que desde então incorpora a vasta família Helvetica, e neste ano de 2019, a Monotype lançou a Helvetica Now, uma adequação da Helvetica a dispositivos mais recentes, para que esta permaneça atual — trazendo consigo atualizações que tornam a Helvetica mais amigável a painéis e displays mais modernos.

Ao que tudo indica, para desespero de alguns, o reinado desta tipografia com a cara da Suíça ainda perdurará por muitos anos.

Compartilhe!