Exame de sangue para detectar o Covid-19

Pesquisadores do Hospital Universitário de Zurique querem começar os testes de anticorpos nesta semana.

Hoje em dia, quando falamos sobre testes para detectar o coronavírus, falamos sobre os chamados testes de PCR que consiste numa amostra da mucosa da garganta e nariz. A sigla em português significa Reação em cadeia da polimerase – RCP Ou Polymerase Chain Reaction – PCR na lingua inglesa. É uma técnica utilizada na biologia molecular para amplificar uma única cópia ou algumas cópias de um segmento de DNA em várias ordens de grandeza, gerando milhares a milhões de cópias de uma determinada sequência de DNA. A técnica exige maior tempo de espera, de 24 horas até 7 dias, mas oferece maior confiabilidade do que as outras opções disponíveis no mercado mundial

Em termos simplificados, coleta-se com um swab (uma espécie de cotonete) a mucosa do nariz e da garganta do paciente. O laboratório, então, acrescenta à amostra enzimas e outros materiais genéticos que transformam e ampliam o material genético coletado, de forma que ele possa ser analisado. A conjugação do material com uma outra sequência genética já conhecida, o chamado primer, permite a identificação do agente infeccioso.

Porém, em alguns dias, uma classe de testes completamente diferente poderá ser usada na Suíça. Estes são exames de sangue que procuram os chamados anticorpos contra o coronavírus. Durante uma infecção por vírus, o sistema imunológico produz anticorpos contra fragmentos do vírus de forma individual. Esses anticorpos permanecem no corpo mesmo após a recuperação e formam a base para permanecer imune ao vírus por pelo menos um certo período de tempo.

Em outras palavras, um teste de anticorpos pode ser usado para encontrar aqueles que tiveram uma infecção por Sars-CoV-2, incluindo aqueles que não apresentaram ou apresentaram apenas sintomas leves.

Até 2000 pacientes por dia

Os exames de sangue estão prestes a ser lançados. O neuropatologista Adriano Aguzzi, do Hospital Universitário de Zurique, está planejando começar os testes de anticorpos esta semana com sua equipe. Nos últimos anos, a sua empresa Aguzzi, aprimorou seus laboratórios para esses testes: com robótica, processos automatizados e uma equipe bem coordenada. “Podemos testar de 1000 a 2000 pacientes todos os dias”.

A ideia para o teste que identificaria o Covid-19 planejada por Aguzzi é baseada na proteína que se destaca das partículas do vírus globular. O laboratório e outros pesquisadores acreditam que os anticorpos para a chamada proteína “spike” são responsáveis ​​por torná-lo imune ao vírus depois de passar por uma infecção.

Os novos testes de anticorpos abrem muitas oportunidades para pesquisadores e médicos. Ao contrário dos testes de PCR, que só podem detectar o vírus na fase aguda, esses testes oferecem resultados confiáveis ​​mesmo semanas após a infecção. Aguzzi e sua equipe também querem responder a uma série de perguntas científicas com os testes de anticorpos: Quais anticorpos protegem contra a reinfecção? E quais são potencialmente prejudiciais? “Tais questões”, diz Adriano Aguzzi, “só podem realmente ser resolvidas com um estudo em larga escala envolvendo milhares de pessoas”.

Por fim, o teste de anticorpos também pode ajudar a esclarecer uma das questões mais importantes sobre a pandemia: quantas pessoas são infectadas sem nunca apresentar sintomas?

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