O governo suíço deve transferir milhões de francos, para um novo quartel que será construído no estado do Vaticano. Alguns conselheiros concordam com o plano mas falta ao Conselho Federal aprovar o pedido com base legal para isso.
“A minha vida seria impensável sem os guardas suíços. Eles estão sempre perto de mim – dia e noite. O profissionalismo, a disciplina, discrição e simpatia me enchem de grande gratidão. Eles são jovens que têm uma vida cotidiana rígida e estão comprometidos com minha segurança pessoal o tempo todo. É ainda mais importante que eles estejam alojados no Vaticano de uma forma segura”. disse o Papa.
O Papa Francisco está a frente do projeto que planeja um novo alojamento ou fortificação militar para a mundialmente famosa Guarda-Suíça. Como os antigos prédios da guarda do Vaticano com mais de 150 anos estão em más condições, eles devem ser demolidos e reconstruídos até 2026. Os custos do projeto giram em torno dos 55 milhões de francos, ou 323 milhões de reais… para um alojamento de 135 soldados.
Keller-Sutter intervém
Karin Keller-Sutter é uma política que compõe o Conselho Federal da Suíça desde 1 de janeiro de 2019. Ocupa também o cargo de Chefe do Departamento de Justiça. O Conselho Federal é a entidade formada por sete ministros que exercem a chefia de estado da Suíça. Os ministros do Conselho Federal são eleitos pela Assembleia Federal, órgão representativo, com um mandato de quatro anos.
Os membros do Conselho Federal Suíço aparentemente pensam que um novo edifício é necessário. O ministro da Defesa, Viola Amherd (CVP), assim como Ignazio Cassis (FDP) e Ueli Maurer (SVP), demostraram apoio ao projeto em Roma com o custo de 8 milhões de francos dos caixas federais.
No entanto houve uma intervenção judicial do Ministério Público Federal, chefiado pela conselheira Karin Keller-Sutter. Keller afirmou que simplesmente não havia base legal para tal projeto. De fato, o Conselho Federal suíço, por lei, só pode conceder valores de até no máximo 5 milhões de francos, para financiar qualquer projeto. Isso foi explicado pelo chanceler federal Walter Thurnherr (CVP) em reunião essa semana.
Desde então, advogados do governo federal vêm buscando uma solução legal e justificável. A primeira proposta citava a denominação do total em quatro vezes dois milhões. Totalizando os 8 milhões. Outra ideia foi de simplesmente elevar suas próprias habilidades financeiras, redefinir um teto, que tornaria possível uma doação de 8 milhões. Nenhuma das opções foi considerada pelo Conselho Federal.
Então o que fazer? Por não haver base legal, o Conselho Federal agora aparentemente, quer basear-se diretamente em um artigo da Constituição que diz: “O Conselho Federal cuida das relações exteriores respeitando os direitos de participação da Assembleia Federal; ele representa a Suíça externamente.”
Faz parte do comportamento suíço, zelar pela sua imagem no cenário internacional e gastar o necessário para a manutenção dos seus interesses. Essa representatividade deve ser mantida utilizando dos meios necessários. Ha um plano para um ordem extraordinária, uma regulamentação de exceção única, onde o Conselho Federal poderia fazer por sua própria iniciativa, o pagamento dos 8 milhões, que por sua vez- seriam cobrados do Ministério da Defesa. Voila. A lógica suíça.
Jornalista