Milhões de máscaras não utilizadas podem ir pro lixo

A maioria das máscaras que o governo federal suíço adquiriu na primeira onda do corona-vírus não foram usadas. Perderam-se dezenas de milhões de francos em dinheiro dos contribuintes.

A princípio, parecia um script de filme americano: no final de maio do ano passado, o Brigadeiro Markus Näf fez um anúncio na televisão suíça, que mais parecia noite de Oscar. Ele afirmava na data, que o exército poderia comprar máscaras suficientes num mercado mundial completamente seco. Na época, faltava o item em todos os lugares. “As especificações de aquisição foram atendidas, o mercado voltou a se movimentar”, disse Näf, que havia sido nomeado coordenador desta campanha de aquisição única, dois meses antes.

Mas agora, analisando o comportamento do governo, fica claro que dezenas de milhões de francos suíços dos contribuintes foram queimados com a compra a granel. Como os responsáveis ​​pelo governo federal, cantões e hospitais não conseguiram reabastecer as reservas de máscara antes do vírus Corona, houve pânico – Como resultado, quase que imediato, o governo federal então comprou apressadamente muitas máscaras em transações abusivas. Exatamente, na época em que os preços eram exorbitantes.

Depois de um pedido formal da imprensa suíça, o exército divulgou pela primeira vez os estoques exatos. De março a maio de 2020, foram arrecadadas 285 milhões de máscaras-higiênicas e 7,6 milhões de máscaras respiratórias. O bastante para cada habitante ter a sua. No final das conta, nem mesmo um quarto das máscaras higiênicas e menos de um sexto dos respiradores foram usados. Em bom português: cerca de 217 milhões de máscaras e 6,4 milhões de máscaras respiratórias ainda estão sem uso nos armazéns do exército. Empilhados, aguardando para serem jogados fora.

Para colocar tudo isso em perspectiva: O exército suíço pagou cerca de 150 milhões de francos, cerca de 900 milhões de reais na primavera passada pelo material armazenado. Hoje essa quantidade de máscaras é quatro vezes mais barata.

As compras foram feitas em nome da Secretaria Federal de Saúde Pública (BAG). Fato é que, embora o governo minimizasse a utilidade das máscaras em público, nos bastidores havia uma certa pressão de todos os lados para que o regime garantisse o empilhamento de montanhas de máscaras. Isso fica claro nos documentos onde “Os números da demanda definidos pelo BAG são desproporcionais em comparação com o consumo real. Isso foi relatado internamente pelo brigadeiro Näf em 10 de maio de 2020. Graças à Lei de Informação Pública, #ForaBolsonaro, o exército foi obrigado a disponibilizar todos os relatórios envolvidos a imprensa e o público.

As forças armadas suíça completamente sobrecarregada

O brigadeiro Näf estava certo. Hoje as Forças Armadas têm que admitir peralte o público com sobriedade: “Felizmente, a necessidade do sistema de saúde no campo das máscaras-higiênicas não se desenvolveu como temia o BAG, os estoques da reserva do governo federal quase não foram utilizados”, comunicou o porta-voz do Exército Stefan Hofer. Isso para quem conhece a postura do exército suíças, foi um pedido formal e sincero de desculpas.

Os problemas internos na época combinados com o pânico e a demanda descontrolada, sobrecarregaram os postos de controle do exército, fazendo com que pedidos absurdos e os materiais de baixa qualidade não fossem devidamente controlados. No início do ano ficou claro, depois de investigações locais, conduzidas por meios de comunicação, que a empresa Emix Trading vendeu 700.000 máscaras falsificadas para o exército. As máscaras foram recolhidas depois que mofo foi encontrado em amostras fiscalizadas de forma aleatória. O material foi destruído.

Depois, o departamento de auditoria interna foi incumbido de lidar com o “desastre da máscara”. Novamente, o porta-voz do Exército Hofer afirmara que as aquisições tiveram que ocorrer “sob grande pressão de tempo e em um mercado volátil moldado pela crise”. No entanto, o exército conseguiu garantir “o fornecimento de cuidados de saúde e um abastecimento inicial para a população”. Quase que um “jogamos dinheiro fora, e dai?”

As máscaras mais caras em particular, nunca entraram em circulação. Na visão geral dos estoques atuais, é perceptível que nem uma única peça de muitas entregas de máscaras entrou em circulação.

Resultado: enormes estoques de máscaras ameaçam se tornar inutilizáveis. Dependendo do modelo, o prazo de validade oficial é de apenas um ano.

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