Relatórios do governo Frances e reservatórios em suas capacidades máximas são motivos para esperar que não haja uma escassez catastrófica de energia na Suíça. Mas a verdade é que o perigo ainda não acabou.
Os especialistas do Departamento Federal de Proteção Civil não temem nada mais do que uma falta de energia que venha se prolongar por algumas semanas. De acordo com o governo helvético, os possíveis danos causados por uma falta repentina de energia elétrica podem ser maiores que em um terremoto de proporções catastróficas ou um acidente nuclear.
Isso vem sendo debatido há meses na capital suíça. Medidas preventivas foram tomadas, como o pontapé inicial na campanha de informação do governo federal, na qual se pede à população que economize energia. Antes que fique muito frio lá fora, é hora de uma avaliação provisória – e uma resposta para a mais importante de todas as perguntas: Qual a situação concreta e as expectativas realistas do governo para o próximo inverno suíço?
A resposta rápida: o perigo não acabou, mas é muito menor do que parecia no verão. No entanto, é muito cedo para dar tudo como resolvido. Muito permanece incerto, especialmente quando consideramos o fator “clima” que é imprevisível, como variante no consumo de eletricidade.
Um relatório da França, o fornecedor de eletricidade mais importante da Suíça ao lado da Alemanha, demonstram tranquilidade diante do quadro atual. Cerca de 28 das 56 usinas nucleares existentes estão atualmente fechadas por motivos de segurança.
O governo do presidente Emmanuel Macron anunciou recentemente, que a maioria das usinas nucleares voltariam a operar até o final de dezembro. Ele pretende cumprir todas as obrigações pendentes com seus parceiros legais no exterior. Os fornecedores de eletricidade suíços estão envolvidos em três usinas nucleares francesas e, portanto, têm direito à eletricidade desses reatores.
Porque: não é mais tão certo se os franceses possam manter sua palavra. Em primeiro lugar, os trabalhadores das usinas nucleares francesas estão agora ameaçando de repente a entrar em greve. Isso poderia destruir o já ambicioso plano dos franceses. Em segundo lugar, novos defeitos em antigas usinas nucleares já foram descobertos nos últimos dias.
A usina a óleo que a ministra da Energia Simonetta Sommaruga está construindo atualmente em um processo expresso em Birr, também ajudará. Deve estar pronto para emergências a partir de fevereiro – e pode substituir algumas das importações.
No entanto, esse cálculo só funciona se o inverno permanecer razoavelmente ameno. A temperatura média entre dezembro e fevereiro tem uma influência decisiva no consumo de eletricidade. Em um inverno muito ameno, a Suíça passaria praticamente sem eletricidade do exterior. Isso só aconteceu uma vez nos últimos dez anos.
Em um inverno frio, por outro lado, precisa importar até 25% do consumo de eletricidade no inverno. Então, mesmo reservatórios cheios e usinas de energia de emergência não ajudariam mais. Um fornecimento de energia adequado dificilmente seria possível na Suíça.
A possível-catástrofe
O pior caso seria uma onda de frio desagradável na Europa Central. Porque quando o termômetro cai abaixo de 7 graus negativos, as bombas de calor precisam de uma quantidade desproporcionalmente grande de eletricidade. Eles são igualmente ineficientes como aquecedores elétricos. Os reservatórios logo estariam vazios.
Além disso, a França, em particular, tem um problema durante uma onda de frio na Europa: 35% dos franceses aquecem suas casas eletricamente. Mesmo que uma grande parte das usinas nucleares francesas estivesse de volta à rede, o governo Macron provavelmente precisaria de toda a energia nuclear para manter suas próprias casas aquecidas. É questionável se a França seguiria os tratados com a Suíça.
Se as reservas de gás da Alemanha não forem mais suficientes para produzir eletricidade, pode haver realmente uma escassez de energia na Europa – e, consequentemente, também na Suíça – cuja extensão ainda não podemos estimar corretamente hoje.
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