Até a infantaria aprende a lidar com a epidemia

Os recrutas suíços estão apreensivos. Para muitos, existem semelhanças entre a epidemia atual do vírus Corona e a gripe espanhola.

A maior mobilização de emergência do exército suíço desde a Segunda Guerra Mundial começou. Ao invés de cartazes como antigamente, os soldados foram convocados por SMS. Segundo o exército, foi um sucesso retumbante: 80% dos soldados já responderam ao chamado e sabiam que estariam envolvidos, diz o brigadeiro Raynald Droz – chefe de gabinete do Comando de Operações.

Por enquanto, entre 2000 e 3000 soldados das tropas médicas foram chamados. Cerca de 50 paramédicos já estão trabalhando para aliviar os hospitais do cantão de Ticino. Depois de Berna, sete outros cantões pediram ajuda do exército e suas brigadas.

Mas nos quartéis há também uma preparação especial para uma epidemia ainda maior. Os recrutas de todas as escolas receberão treinamento adicional durante a semana, para pertencer a uma força-tarefa de assistência, que poderá por exemplo agir em casas de repouso ou asilos. Isso significa que até soldados de infantaria ou militares da divisão de tanques, vão poder cuidar de idosos ou doentes. O objetivo é aliviar a carga nas equipes de enfermagem.

Corona nas forças armadas

Mas se o destacamento militar ainda entrar em ação, o exército suíço terá seus próprios casos do vírus corona. Como os jornais por aqui já publicaram, a escola de médicos recrutas fica em Airolo, parte italiana da Suíça. Haviam cinco casos do Covid-19 em Airolo até terça-feira (17). Cerca de 90 oficiais estavam em quarentena e outros 50 estavam isolados.

A situação da coroa nas forças armadas evoca memórias da gripe espanhola, que em 1918 e 1919 tirou a vida de 25 000 pessoas, somente na Suíça. 1 805 das mortes foram soldados – um grande número que ao final da epidemia da época, igualava-se ao total de perdas durante a Segunda Guerra Mundial.

Há outra diferença importante: ao contrário do vírus da coroa, a gripe espanhola não atingiu a população idosa. Naquela época, os mortos tinham entre 20 e 40 anos – de novo, a maioria homens.

Implantação do exército na fronteira?

O Exército também recebeu ordens de segurança do Conselho Federal em 16 de março. Caso seja necessário, batalhões irão dar assistência ao corpo da Guarda de Fronteiras (GWK). O que ninguém percebe hoje, é que não há soldados nas fronteiras agora. Um destacamento do exército deve ser enviado se a situação de segurança nas divisas do país mudar ou se partes do GWK necessitarem de reforço, por conta de baixas relacionadas a epidemia.

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