A pandemia aproxima a Suíça da União Europeia

Após um início tumultuado, a Suíça está agora envolvida em todas as reuniões da UE para combater o vírus corona.

O contraste não poderia ser maior. As desavenças que envolvem o acordo-geral e os inúmeros acordos bilaterais quase foram esquecidos: Por hora a União Europeia ministra todas as suas reuniões de crise com a participação da Suíça. Conselheiros federais ou representantes suíços estão envolvidos sempre que o assunto é a epidemia atual. É necessária uma cooperação de nível continental.

Talvez seja a intenção de repatriar cidadãos suíços e da UE espalhados pelo mundo. Especialistas dos países-membros trocam informações sobre voos planejados para tais buscas e a capacidade dos mesmos todos os dias por meio de uma plataforma de informações da EU. Um representante da Suíça também informa diariamente o quartel-general da EU em Bruxelas sobre a disponibilidade das aeronaves e oferece assentos em voos para outros governos que estão na mesma posição, repatriando seus cidadãos.

O Centro para Gerenciamento de Crises do Departamento Federal de Relações Exteriores (EDA) confirma que a oferta mútua de assentos nos voos especiais poderia ser de grande ajuda para todos os envolvidos.

O Departamento Federal de Relações Exteriores é um dos sete departamentos do Conselho Federal e ocupa-se de coordenar a política exterior da Suíça e a sua atividade baseia-se em cinco políticas exteriores que favoreçam a coexistência pacífica dos povos, promova o respeito dos direitos humanos, salvaguardem os interesses da economia suíça no estrangeiro, e preservem os recursos naturais.

700 suíços ilhados em diversos lugares do globo se beneficiaram de vôos especiais organizados por outros países europeus. A Comissão da UE paga 75% dos custos quando os estados-membros registram tais vôos. Por outro lado, a Suíça repatriou cerca de 1 400 cidadãos estrangeiros. A grande maioria, europeus.

No momento, alguns casos são mais complicados que outros e às vezes o peso politico da UE pode ajudar. Há uma diferença se o diplomata-chefe da UE Josep Borrell ou o ministro das Relações Exteriores da Suíça Ignazio Cassis tenta interceder na Índia, por exemplo. Existe uma pressão para que o país abra seus aeroportos e permita que turistas presos em algumas cidades por conta do lockdown, desloquem-se até os aeroportos para que possam ser resgatados.

Atualmente, a UE mostra muita boa vontade, que também é reconhecida no lado suíço. Ainda não está claro se a Suíça pode participar das campanhas europeias que tem como objetivo comprar equipamentos médicos.

Atualmente, a cooperação com a UE é muito boa, de acordo com o Escritório Federal de Saúde Pública (BAG): “A crise atual mostra que a cooperação a longo prazo entre a Suíça e a UE faria sentido nessa área.” É por isso que o BAG também é ainda interessado em concluir um acordo bilateral de saúde com a UE. No entanto, a União Europeia sempre insistiu em um acordo-geral institucional como pré-requisito para um acordo de saúde. Apesar de toda a boa vontade nos tempos da crise da coroa, o acesso dos suíços aos bancos de dados europeus possuem uma limitação, ate o fim da pandemia atual.

Acrodo-Geral

As relações da Suíça com a União Europeia são atualmente regidas por uma rede de tratados: cerca de 20 acordos bilaterais centrais e mais de 100 outros acordos. No entanto, a União Europeia deixou claro que só concluirá futuros acordos referentes ao acesso do mercado suíço ao mercado interno da União- caso caso haja um comprometimento maior. Diretrizes devem ser estabelecidas antecipadamente, no qual as questões institucionais seriam regulamentadas de maneira uniforme e abrangente. Em outras palavras, a UE quer mais comprometimento dos suíços no bloco continental.

Situada geograficamente no centro da Europa, a Suíça não faz parte da União Europeia apesar de ter estreitas ligações com os países do continente.

Em 1992 – o país decidiu estabelecer suas relações europeias através de acordos bilaterais, tendo assinado já duas dezenas de acordos setoriais de grande alcance e outras centenas de menor importância com Bruxelas.

Embora a UE pressione o país helvético pela assinatura deste acordo, o governo suíço tem demonstrado imensa falta de interesse na conclusão do impasse. A Suíça decidiu discutir o acordo com todos os partidos existentes no pais, com uma consulta pública informal em larga escala.

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