Governo atrasa aprovação de testes rápidos

Vários países vizinhos já contam com testes de saliva rápidos de usar e baratos, mas o conselho federal ainda não permite sua liberação. Aos poucos, aumenta a pressão por uma resposta mais acelerada do governo.

O governo do senhor Alain Berset aproveita todas as oportunidades que surgem para enfatizar a importância dos testes (rápidos) com o intuito de conter a pandemia atual. “Temos que testar muito mais”, disse o político membro do conselho federal na quarta-feira (17).

“Apressar não seria necessário, apenas seguir em frente”. Isso porque no Ministério Federal de Saúde Pública (BAG) do senhor Berset, testes rápidos aguardam a aprovação para poderem circular no mercado. O teste da empresa sul-coreana PCL foi aprovado pelo comitê de saúde europeu, já se encontra disponível em países como Alemanha, França, Itália, Holanda, Grã-Bretanha e Espanha. Como ele testa os antígenos na saliva, não existe necessidade de contacto e dispensa aquele desconforto com um longo bastão na mucosa nasal. Isso elimina uma fonte de erro cientificamente reconhecida nos testes usuais. O teste PCL pode, portanto, ser realizado sem a necessidade de agentes da saúde na sua aplicação. O resultado está disponível em apenas dez minutos.

10 francos por teste

Os testes de saliva que já foram aprovados, no entanto, precisam ser analisados ​​em laboratório. Isso se aplica, por exemplo, ao teste oferecido no aeroporto de Zurique ou aos testes de massa realizados no norte da Suíça. O resultado com eles só é conhecido depois de algumas horas, às vezes depois de alguns dias. Durante esse tempo, uma pessoa infectada pode infectar outras pessoas.

O BAG não quer dizer nada sobre o processo de aprovação, incluindo por que está demorando tanto. O governo diz apenas que é necessária uma revisão completa dos testes. “O BAG está tentando tornar possíveis testes de alta qualidade para uso fora dos laboratórios o mais rápido possível”, disse o porta-voz Daniel Dauwalder. No entanto, o governo suíço é crítico no que diz respeito aos testes de saliva que são examinados diretamente e não em um laboratório usando o método de PCR. Nesses testes rápidos, cerca de 10% dos testados teriam resultados negativos, embora a pessoa portasse o vírus. Essa declaração do governo tem base em estudo de outubro do ano passado no Hospital Universitário de Genebra.

Os testes rápidos aliviam a carga dos profissionais de saúde

Esta é a principal razão pela qual a Áustria, por exemplo, aposta no uso generalizado de tais testes rápidos, mesmo que a sua precisão não corresponda exatamente à dos testes PCR. Por lá, todo residente poderá retirar cinco exames na farmácia. Judith Aberle, do Centro de Virologia da Universidade de Viena, diz que a estratégia é uma boa forma de mapear novas infecções, a baixo custo. Este método também alivia a carga dos profissionais de saúde nos hospitais. Isso porque, ao contrário dos testes de PCR, os testes de saliva não precisam ser avaliados em laboratório e, portanto, economizam recursos.

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