A Suíça e o caminho até Taiwan

Alguns veem a visita de Nancy Pelosi a Taiwan como outra provocação desnecessária, uma expressão legítima de simpatia com o governo interino. Os diplomatas suíços estão observando o desenvolvimento atual com preocupação.

“É uma provocação supérflua”, disse o vice-presidente nacional Roland Büchel sobre a visita de Nancy Pelosi, chefe da Câmara dos Deputados dos EUA. A visita é “completamente equivocada”. E a Suíça deve conter-se politicamente ao máximo possível nesta situação.

Hans-Peter Portmann, Conselheiro Nacional do partido FDP e Vice-Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Conselho Nacional, considera legítima a visita. Ele mesmo visitou Taiwan em 2017 e também se encontrou com autoridades locais. Depois do evento, ele foi então convidado pela embaixada chinesa para uma conversa. A China interpreta cada ação dessa natureza como interferência política, diz Portmann, e isso é um problema. “A China precisa abandonar essa atitude sem tolerância e aprender a respeitar a liberdade de expressão.”

O Conselheiro Nacional Fabian Molina do partido SP também não vê problema na visita de Pelosi. Ele considera a intolerância da China “inaceitável”. Molina exige há muito tempo que a Suíça tenha uma posição mais clara sobre a questão de Taiwan. “Até agora, o Conselho Federal sempre recuou. Agora a Suíça precisa esclarecer como define o status de Taiwan”, diz Molina.

Se a Suíça não visse Taiwan como parte da China, não conseguiria manter relações diplomáticas com a China. Do ponto de vista de Molina, no entanto, há margem para uma reaproximação com Taiwan. Outros países usaram isso, como os EUA com o “Taiwan Relations Act”. A Alemanha também encontrou um caminho com a doutrina de “um país, dois sistemas”. O departamento de Relações Exteriores da Suíça, por outro lado, continua encontrando novas desculpas para impedir relações mais estreitas com Taiwan. Por exemplo, voos diretos da Suíça para Taipei não são possíveis.

Lições da Guerra da Ucrânia

Como Büchel e Portmann, Molina frequenta ambos os grupos políticos, o grupo Suíça-Taiwan e o grupo Suíça-China. Mas ele exige que a Suíça reconsidere sua posição. “A lição da guerra na Ucrânia deve ser que estamos do lado das democracias.” Se a China atacasse Taiwan militarmente, a Suíça não poderia condena-la atualmente, aponta Molina.

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